segunda-feira, 18 de março de 2013

Introspecta

Não entendo o porque dessas pessoas sempre esperançosas e alegres. Muito me admira essa naturalidade como elas tentam obter sucesso em mentiras tão bem arquitetadas. Elas acabam se convencendo de que são mesmo felizes e agraciadas com tudo. Sou do mundo real, das formas inexatas, das palavras bem postas e de maneira sadia, mas muito agressivas e trincadas. Gosto das coisas como são, de objetividades, lógica. Esse dom de me enganar já me enganou demais e aprendi a ter respeito pelo que é de verdade, pelo que fere mas propõe cura. Não consigo encontrar alívio em sorrisos fáceis, a solidão me proporciona muito mais estabilidade do que pessoas sorrindo de metro em metro. A vida força a gente a ter coragem e a ser mais preciso em tudo, é uma espécie de treino e sobrevivência, eu tenho de fato sobrevivido às pessoas, suas manias, seus medos de encarar a realidade. Então não procuro saciar minha carência planejando afetos, abraços vãos, sorrisos alheios. Baseio minha vida nas probabilidades, nas incertezas, nas confusões das minhas ideias e ideais. No comportamento exacerbado que me mantém distante de tudo o que possa me causar dano, que possa me desparafusar, preciso me manter alheia às pessoas e suas necessidades fúteis, seus sorrisos vazios e incompetentes. Porque competência pra mim, é poder ser triste e diferente e não ter medo dos dedos apontados, das crises de desistência das pessoas em relação a mim. Prefiro mil vezes a solidão do meu próprio abraço ao calor desumano dos sorrisos carentes.

domingo, 17 de março de 2013

A comodidade esvazia a urgência

Seja que tipo de relação for, a sua comodidade vai abrir espaço somente para uma coisa: A solidão.
Tudo na vida exige urgência. Se é amor que seja já, se for sofrer que seja logo, se for decisão que seja agora. Não dá pra adiar o que pede rapidez, resolução, resposta. Requerer tempo é adiar demais, daria tempo para retocar a maquiagem, para organizar os sentimentos jamais. Evitar pessoas, coisas ou planos, é pedir solidão. Não há tempo para mornar respostas, isolar pensamentos ou arquitetar planos a longo prazo, a vida pede pressa. O amor requer pressa! Pedir tempo é adiar demais, é prolongar demais, é se ausentar demais. Melhor amargar um não, a esperar um sim sofrido, silencioso, demorado. Tenha urgência, porque viver requer pressa!

domingo, 3 de março de 2013

Divergências

Acho que escrever de relacionamento é despir um pouco a alma daquilo que me persegue. Dessa segurança toda de estar só, mas do acúmulo de coisas que me remetem a um relacionamento à dois. São coisas necessárias e distintas, que se divergem em seus sentimentos tão opostos, mas que se unem tanto nas minhas noites esquisitas e confusas.

sexta-feira, 1 de março de 2013

O amor também é um projeto

Amar exige demais, consome muito.
É elaborar um projeto que nunca se dá por finalizado. Há sempre um ajuste, um reajuste. Nunca está do tamanho certo pra caber em nós. Amar, assim como elaborar projetos, requer prática, é um novo desafio a cada tracejado, é uma nova descoberta a cada erro. Você se cobra, se esforça, fica noites sem dormir pensando no próximo passo e quando pensa que não, é necessário refazer para aprimorar. Se você não souber das medidas com exatidão, de uma forma ou de outra seu projeto irá precisar ser rabiscado e refeito. É natural que seja assim, porque o amor, como qualquer projeto, precisa de atenção, de ousadia, de   foco. E digo mais, um projeto bem elaborado nunca é projetado por uma única mão, porque ideias necessitam ser aperfeiçoadas, analisadas, precisam de uma visão crítica que te faça repensar em coisas que você imaginava que estivessem certas e não estão. E o amor funciona assim, você nunca vai conseguir amar sozinho, bem como nunca poderá exercer inúmeras funções, a gente precisa de ajuda, de parceria, seja nos projetos, seja no amor.