quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ser Mãe

Por um longo espaço de tempo, vi algumas amigas sonharem a maternidade de uma maneira tão humanitária que me constrangia. Ao ver uma delas, na realização do seu maior sonho, passar por momentos dolorosos, decidi fazer alguma coisa aqui, pra guardar a alegria e o momento. Gravidez é vida, é quando uma mulher se percebe inteira! Sonhar maternidade é questionamento. Ser mãe é realização. Sonhei, pedi, intercedi. Planejei. Hoje sou mãe, aconteci. Sou, tenho, consegui. Minha vida guinou, saltou abismos dentro de mim. De solidão esvaziou-se a alma, onde vou levo comigo um ser que me ilumina, me engrandece, revigora. Sou preferência no banco, na filado mercado. Sou prioridade de viver. Quando fui mãe, reinventei-me, renasci. Não é feto, bebê... é minha resposta, é Deus dizendo: Cuida, é meu, te dou para amar e ensinar a ser digno, humano, amigo, ser filho!

domingo, 20 de julho de 2014

O amor é dúvida

Tenho tentado disfarçar que quando a gente ama, tenta ser melhor. Que todos os nossos conceitos vão pelo ralo e que passamos a viver para agradar o outro. Tenho tentado entender o porquê das coisas estarem em constante mudança e os motivos pelos quais o relacionamento passa de um ciclo natural para uma roda gigante de interpretações.  As coisas acontecem tão naturalmente que quando você se dá conta: pimba! Isso aconteceu comigo?  Aconteceu! Quando a gente gosta, entende que precisa dar ao outro aquilo que antes julgávamos impossível de abrir mão, seja material, seja emocional. Todos os nossos julgamentos certos e errados passam a ser somente opiniões mutáveis.  As nossas certezas passam a ser duvidáveis e acreditar no que o outro julga melhor, passa a ser nossa única certeza. Eu nunca vi trem pra ser tão incerto quanto o ser humano quando está entregue a outro alguém.  Você muda o cheiro, o jeito, o cabelo, os amigos, a bebida. Você muda do seu corpo para o corpo do outro. A ideia dele de vivência passa a ser sua casa quando você diz o primeiro sim com os olhos cheios de certezas. O amor desmorona a gente. Da cabeça ao teto.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Partindo

O desinteresse alheio ao partir sem acordo pré estabelecido, arde no peito de quem ficou, uma chama volúvel e inflamável que causa a laceração das paredes emocionais. É como um rasgo na carne, um chicote afiado mastigando o sangue e trançando as dúvidas fazendo permanecer a tristeza do não ter sido suficientemente capaz de fazer a quem tanto se amou, permanecer. Quando uma pessoa vai embora, deixa uma sensação tão fúnebre, que não há como duvidar de que o amor é vida e que quando se vai, leva sempre um pouco de nós, nos tirando a liberdade de amar desmedido outra vez.